PARTE 2 - RESPIRAÇÃO: A FORÇA DA VIDA
Em alguns seres vivos, dentre eles o homem, a respiração se dá durante a vida fetal através da placentação. O sangue materno penetra nas artérias uterinas e é suprido pelo feto, através das artérias umbilicais. Estas trocas gasosas são efetuadas pela barreira placentária (3,5 micra de espessura). Segundo GUYTON (1976), esta difusão se dá devido ao gradiente de pressão de O2 placentário do sangue materno para o sangue do feto.
Iniciando o trabalho de parto, o feto começa a receber interferências. No canal vaginal, o feto recebe interferências de pressão, mudando assim o mecanismo das trocas gasosas placentárias, resultando então a expulsão, pelas narinas do recém-nascido, dos restos do líquido planetário. Dá-se início a chamada função ventilaria, ou seja. a troca de ar do espaço alveolar e o sangue (HAEBISCH, 1973; WEST, 1986), parecendo ser, pois, a primeira experiência de aprendizagem do ser humano, fora do sistema fechado do útero.
Começando este novo tipo de respiração, o recém-nascido desenvolverá um complexo sistema que fará com que mantenha por toda a sua vida o fenômeno respiratório.
Enfatizando a organização morfo-funcional do aparelho respiratório, com seus movimentos inspiratórios e expiratórios, destacando inicialmente o diafragma, principal músculo realizador dos movimentos de inspiração, ele recebe inervação motora vinda de alguns segmentos cervicais. Em condições de repouso, ele é responsável por 2/3 a 3/4 do ar utilizado na ventilação (CARVALHO, 1976). Desloca-se cerca de 1 cm, quando o trabalho respiratório está sendo feito em repouso, e pode chegar até 10 cm quando em grande esforço.
Quando em repouso, a expiração tende a ser passiva e quando em atividade muscular, com intensidade de moderada a intensa, ela tende a ser ativa, pois há um maior volume de ar em cada ciclo respiratório. Estes movimentos cíclicos (inspiração - expiração - inspiração) geralmente dão-se a uma frequência de 12 a 18 ciclos por minuto, quando em repouso. Porém,, diversos fatores podem alterar a ventilação devido a modificações na freqüência ventilaria, no volume corrente e no ritmo. São eles: o sono; emoções (medo, angústia, depressão, ansiedade, etc.); choro; fonação; exercício muscular e algumas causas consideradas mórbidas.
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