A natação é um esporte praticado desde a Grécia Antiga, e fazia parte da educação e também dos treinamentos dos soldados. Considerava-se um cidadão educado, quando além de saber dos ensinamentos cotidianos, como ler e escrever, também soubesse nadar (MASSAUD, 2004).
Sabe-se somente que, desde as eras antigas, o nadar fazia parte da sobrevivência humana. Nadava-se para buscar alimentos, para transpor obstáculos ou mesmo para fugir de predadores. Nadar cada vez mais rápido era necessário, e o homem como ser competitivo tem por natureza o prazer em se superar e sobretudo superar o adversário (CATTEAU, 1990).
A primeira competição de natação que se tem notícia no mundo foi realizada no Japão, em 1810, mas não há registros de ganhadores. (GUIMARÃES, 2004).
Em 1869 a natação competitiva foi fundamentada e organizada em uma reunião em Londres, nesse mesmo ano foi fundada a ANA (Associação de Natação Amadora) na Inglaterra. Desde então o esporte se espalhou rapidamente para os quatro cantos do mundo (COLWIN, 2000).
No Brasil, os primeiros nadadores foram os índios em questão de sobrevivência. Mas, somente em 1869 a natação foi introduzida oficialmente quando clubes como Botafogo Gragoatá, Icaraí e Flamengo fundaram a União de Regatas Fluminense que mais tarde veio se tornar Conselho Superior de Regatas e Federação Brasileira das Sociedades de Remo (SEMERJIAN & LACOSTE, 2000).
A natação vem evoluindo de acordo com as exigências da sociedade e do próprio ser humano (KERBEJ, 2002). Logo, os profissionais ligados a esta modalidade devem procurar além do ensino dos quatro nados à diversificação de conhecimentos (TAHARA & SANTIAGO, 2006).
O ensino lúdico da natação na terceira idade
De acordo com Celich e Bordin (2008) devemos utilizar o lúdico como auxílio ao aprendizado quando estamos lidando com idosos, pois, segundo as autoras, o lúdico é universal e pode ajudar este público a manifestar sua criatividade e reconstruir a totalidade de sua existência. Pylro & Rossetti (2005) ainda acrescentam que atividades recreativas e de lazer nos dias atuais podem ser consideradas uma necessidade de qualquer pessoa e em qualquer idade, pois estas atividades além de serem prazerosas, também contribuem na facilitação da aprendizagem, colaboram para uma boa saúde mental, facilitam os processos de socialização e comunicação, contribuem no desenvolvimento pessoal, cultural e social, além de ajudar na expressão e construção do conhecimento.
Quando estamos lidando com o aspecto ensino/aprendizagem, mais rápidos e melhores serão os resultados quando conseguimos trabalhar de maneira prazerosa e espontânea com nossos alunos (ROMERA 2003). Antunes (2004) justificam esta situação pelo fato de que atividades prazerosas criam um clima de descontração e uma atmosfera eufórica e envolvente na atividade proposta pelo professor.
A natação é considerada como uma técnica de se deslocar na água por intermédio da coordenação metódica de certos movimentos. O aprendizado da natação pode obter através da ludicidade um conhecimento das técnicas, uma melhora da coordenação e um estímulo para continuar na atividade (CATTEUM, 1990).
Utilizar o lúdico, tendo o meio líquido como um espaço inclusivo, é um novo olhar sobre a prática pedagógica da natação, pois possibilita a qualquer individuo um ambiente que ofereça condições para o seu desenvolvimento pessoal (TAHARA & SANTIAGO, 2006).
Atualmente, indivíduos idosos procuram mais a prática da natação para uma melhor qualidade de vida, prevenção de doenças e também para uma melhor socialização.
Segundo Okuma (1998), pesquisas relatam que mais da metade do declínio da capacidade física dos idosos é devido à inatividade, ao tédio e à expectativa de enfermidade. Pesquisas sugerem que 50% do declínio, freqüentemente atribuído ao envelhecimento biológico, na realidade é provocado pela atrofia por desuso, resultante da inatividade física que caracteriza pelo estilo de vida do homem moderno.
Os benefícios da natação para a terceira idade
O envelhecimento é diferente da senilidade, no primeiro caso temos um fenômeno fisiológico que acontece com todos os seres humanos com o passar do tempo. No segundo caso temos um aspecto patológico que não necessariamente anda junto ao envelhecimento, neste caso, nosso organismo vai deixando de ser auto-suficiente para as tarefas do dia–a-dia como o simples fato de ir ao banheiro, por exemplo. (RAMOS, 1997).
De acordo White (1998) a água é um ambiente ideal para prática de atividade física para pessoas mais idosas, ele justifica pelo fato de que o exercício realizado dentro d'água é mais seguro pelo fato de reduzirem as forças aplicadas nas articulações, com isso este grupo pode realizar atividades que dificilmente realizariam em terra.
Os benefícios da natação promovem a expectativa de vida de pessoas idosas através de fatores biológico-funcionais como a força da musculatura, a capacidade de rendimento do coração, circulação e dos pulmões, que se demonstram, sobretudo em nossa resistência, bem como a modalidade e a elasticidade dos músculos, tendões e ligamentos, e a velocidade dos processos metabólicos estão subordinados e este ciclo de carga e adaptação até o fim da vida (BAUR & EGELER, 1983).
A prática da natação influencia também em diversos aspectos como ocupação do tempo livre, criação de algumas obrigações a serem realizadas no dia-a-dia, integração em um grupo social, etc. Essas são as razões que movem e motivam as pessoas idosas a realizarem atividades físicas, e os benefícios desta prática são imediatos e conseqüentemente seguem os benefícios emocionais (PONT GEIS, 2003).
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